SÃO JOSÉ, COM CORAÇÃO DE PAI, ROGAI POR NÓS!

Nesse mês de março, celebramos a Solenidade de São José, pai adotivo de Jesus, patrono da Igreja, protetor da Família Sagrada e padroeiro de nossa Congregação. Recentemente o Papa Francisco presenteou a Igreja com uma Carta Apostólica sobre a figura de José; a carta chama-se, em língua latina, “Patris Corde” – “Com Coração de Pai”. Vamos ver alguns pontos de destaque da Carta.
O Papa Francisco começa relembrando passagens bíblicas sobre São José, que não profere uma palavra sequer nos Evangelhos. Depois, relembra o magistério dos Papas anteriores, que falam muito de São José e proclamam-no Padroeiro da Igreja, dos Operários, Guardião do Redentor, Patrono da Boa Morte. Lembrando de todos os que, no silêncio e “escondidos”, tem protagonismo na história da salvação, Francisco começa uma reflexão dividida em sete características de São José:
1. Pai amado: a vida de José foi um serviço ao ministério divino, doou-se totalmente á Sagrada Família. É por isso que é tão amado pela Igreja de todos os tempos, e é invocado por inúmeros santas e santos. Essa confiança do povo em São José consiste no fato de que ele amou e cuidou, com todas as forças, da Sagrada Família.
2. Pai na ternura: José foi mais do que um tutor para Jesus, mas um verdadeiro pai. Conduziu, ensinou, ouviu, orientou Jesus na sua infância, adolescência e juventude. José sabia de suas limitações e fraquezas, mas é precisamente por isso que Deus conta com nossas fraquezas pra fazer acontecer seu projeto! E, mesmo nas dificuldades, José não perdeu a ternura, que é uma virtude divina; nas palavras de Francisco, “é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós” (n. 2).
3. Pai na obediência: Deus se relevou a José pelo sonho. Pensando em abandonar Maria em seu segredo, Deus intervém pelo Anjo; pela obediência a Deus, José aceita o projeto do Senhor, A própria viagem de Nazaré a Belém, onde o Salvador nasceria, foi para José um ato de obediência, José ensinou a Jesus a virtude da obediência: “Jesus retornou com eles a Nazaré e lhes era obediente” (Lc 2,51). Foi essa mesma obediência que Jesus manifestou a Deus, Pai quando chegou a sua hora.
4. Pai no acolhimento: acolheu Maria sem impor condições, apenas confiou. Acolheu Jesus com amor; José deixou de lado a “lógica humana” para acolher a mensagem de Deus. Às vezes, em nossa vida, as coisas saem da lógica natural, mas é precisamente nesses momentos que precisamos fazer o que José fez: acolher, com coragem e força, a vontade de Deus, mesmo quando ela não concorda com a nossa. Diz o Papa que “a fé que Cristo nos é a que vemos em São José, que não procura atalhos” (n. 4)
5. Pai com coragem criativa: Deus não intervém direta e claramente, mas por meio de acontecimentos e pessoas; o senhor Deus confia na coragem criativa de José para salvar a Família Sagrada do perigo. É preciso que tenhamos a coragem criativa que teve José, para encontrar meios de fazer crescer, ao nosso redor, “vida, e a vida em abundância” (Jo 10,10). Deus confiou em José; confia em você também! É por isso que precisamos cuidar do “Menino” que continua presente em cada pessoa necessitada, e amar a Igreja colocando-se á disposição de todos; isso é “cuidar do Menino e sua Mãe”.
6. Pai trabalhador: frequentemente, José é invocado como o “santo operário”, especialmente no dia 01 de maio, quando é invocado sob o título de “São José Operário”. O trabalho é participação na obra da salvação, desenvolve as potencialidades humanas, dignifica a pessoa. É preciso redescobrir a importância do trabalho, e José pode nos ajudar nisso, lembrando-nos que Deus que se fez homem, Jesus de Nazaré, não fez pouco caso do trabalho.
7. Pai na sombra: José tornou-se pai, cuidando de forma responsável de Jesus. Diz o Papa: “Na sociedade atual, muitas vezes os filhos parecem ser órfãos de pai. A própria igreja de hoje precisa de pai” (n. 7). Ser pai é introduzir o filho na realidade, torna-lo capaz de opções. José é chamado de “castíssimo”; é a síntese de uma atitude de liberdade. O amor só é amor quando é casto, ou seja, livre, sem prisões. José viveu o “dom de si”: deu-se totalmente, Francisco reflete que uma pessoa casada, um padre, uma religiosa que não se dá a si mesmo, e fica preso apenas no que é “sacrifício”, corre o risco de ficar infeliz.
Que essa Carta Apostólica nos ajude a refletir sobre a grandeza de São José e de suas virtudes! Imitemos seu exemplo de amor, obediência e cuidado. Neste Terceiro Ano Vocacional, Deus nos abençoe e nos faça, cada dia mais, cuidadores da Vida e semeadores de Esperança!
Luan R. Oliveira
Animador Vocacional Diocesano – Diocese de Lages/SC