ORAÇÃO – Jovens e o racismo no Brasil

Nesta quinta-feira (04) do mês de novembro, a Família Salvatoriana e comunidades se unem para juntos rezar as diferentes realidades juvenis. Neste dia, somos convidados a rezar pela juventude e o racismos no Brasil.
No Dia internacional para a eliminação da discriminação racial. O Papa Francisco escreve em seu perfil no twitter: “as expressões de racismo renovam em nós a vergonha”. “O racismo é um vírus que se transforma facilmente e, em vez de desaparecer, se esconde, mas está sempre à espreita. As manifestações de racismo renovam em nós a vergonha, demonstrando que os progressos da sociedade não estão assegurados de uma vez por todas”.
Nara L. de Souza, diz que o Brasil falha em proteger crianças e jovens negros. Ao chegar à adolescência, a partir dos 15 anos, um jovem negro no Brasil tem quase três vezes mais chance de ser assassinado do que um jovem branco. De que modo você vai se permitir imaginar, criar fantasias, quando precisa viver num estado de alerta constante? O maior impacto, do ponto de vista da saúde mental, é a impossibilidade de construir projetos de futuro. “É muito cruel a juventude ser ceifada da possibilidade de sonhar.”
“A pessoa que é exposta com frequência ao racismo pode desenvolver algum transtorno de sofrimento mental e isso tudo acontece com a criança, o adolescente e o jovem. Ela pode desenvolver depressão, transtorno de ansiedade, obstáculos á autoestima criando condições mentais de profundo estresse e preocupação e até o uso abusivo de substância está relacionado a essa exposição cotidiana a violência racista.”
Segundo Paulo Amarante (psiquiatra), a pandemia do corona vírus revelou uma crise planetária. As pandemias invisíveis como o racismo, homofobia intolerância, preconceitos, rejeição á diversidade social – sexual – religiosa e de gênero vieram á tona. Durante a pandemia vimos a humanidade manifestar uma diversidade de Crises. Crise humanitária, civilizacional, econômica, ética, política, ecológica, sobretudo a crise existencial (pessoal, familiar, morte, finitude, medo, luto…).
O escritor Eduardo Galeno escreve que o racismo transforma as pessoas em seres invisíveis “Os ninguéns”. Os ninguéns são dentre outras coisas, aqueles que só vemos quando nos incomoda, quando rouba algo, quando tem uma atitude alarmante.
Deixemo-nos questionar pela reflexão de Eduardo Galeno: “Os ninguéns”. As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos.
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Vamos juntos rezar pelos nossos jovens:
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