São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja – Memória | Terça-feira

Oração do dia

Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura – Hebreus 10,1-10

Leitura da carta aos Hebreus.

10 1 A lei, por ser apenas a sombra dos bens futuros, não sua expressão real, é de todo impotente para aperfeiçoar aqueles que assistem aos sacrifícios que se renovam indefinidamente cada ano.

2 Realmente, se os fiéis, uma vez purificados, não tivessem mais pecado algum na consciência, não teriam cessado de oferecê-los?

3 Pelo contrário, pelos sacrifícios se renova cada ano a memória dos pecados.

4 Pois é impossível que o sangue de touros e de carneiros tire pecados.

5 Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: “Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo.

6 Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam.

7 Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade”.

8 Disse primeiro: “Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais)”.

9 Em seguida, ajuntou: “Eis que venho para fazer a tua vontade”. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia.

10 Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial – 39/40

Eis que venho fazer, com prazer,

a vossa vontade, Senhor!

Esperando, esperei no Senhor,

E, inclinando-se, ouviu meu clamor.

Canto novo ele pôs em meus lábios,

Um poema em louvor ao Senhor.

Sacrifício e oblação não quisestes,

Mas abristes, Senhor, meus ouvidos;

Não pedistes ofertas nem vítima,

Holocaustos por nossos pecados.

E então eu vos disse: “Eis que venho!”

Boas novas de vossa justiça

Anunciei numa grande assembleia;

Vós sabeis: não fechei os meus lábios!

Proclamei toda a vossa justiça,

Sem retê-la no meu coração;

Vosso auxílio e lealdade narrei.

Não calei vossa graça e verdade

Na presença da grande assembleia.

Leitura –

Evangelho – Marcos 3,31-35

Aleluia, aleluia, aleluia.

Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do réu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

3 31 Chegaram a mãe e os irmãos de Jesus e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.

32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram.”

33 Ele respondeu-lhes: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”

34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos.

35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”

Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

PROCURA INÚTIL?

A procura de Jesus, por parte de sua mãe e irmãos, à primeira vista parece ter sido inconveniente e inútil. Inconveniente, por ter acontecido numa hora em que o Mestre estava rodeado por muita gente. Afastar-se, naquele momento, significava interromper o ensinamento dirigido ao povo. Inútil, porque, para ele, os laços de sangue tinham pouca importância. Logo, não havia motivo para dar-lhes um tratamento especial.

Entretanto, as coisas não foram bem assim. A chegada da mãe e dos irmãos de Jesus serviu-lhe de motivo para dar um ensinamento de extrema importância: o relacionamento entre os discípulos do Reino teria como ponto de referência a prática da vontade do Pai. Esta seria a maneira pela qual deveria articular-se o novo povo de Deus, para além de parentescos sanguíneos ou da pertença a este ou aquele povo. Doravante, a submissão à vontade do Pai, explicitada nas palavras do Filho, seria a forma de vincular-se ao Reino.

É incorreto interpretar as palavras de Jesus como uma forma de desprezo aos seus familiares. Se assim fosse, estaria indo na contramão da mais elementar piedade bíblica, a qual incluía o respeito aos genitores como algo quase sagrado, e da cultura judaica, fortemente alicerçada nas relações familiares.

Portanto, a procura de sua mãe e de seus irmãos foi de grande utilidade para Jesus, pois motivou-o a ensinar que os laços sanguíneos devem estar submetidos a algo muito mais radical e abrangente: a fidelidade a Deus.

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